domingo, 22 de outubro de 2017

Linha Chevrolet 1982

Já conversamos em outro momento sobre as novidades da linha Chevette 1982, mas não custa retornar ao assunto: afinal de contas, não é todo o dia que temos acesso às fotografias de fábrica, gentilmente disponibilizadas pelo John Lloyd no Flickr dele!


Com os retratos que veremos adiante, temos uma ideia de como eram os modelos que a Chevrolet aprontou para 1982, lembrando que o Monza, a maior novidade daquele ano, ainda era segredo quando estas imagens foram publicadas, certamente no final de 1981.




Acima temos a versão topo de linha da Caravan, a Comodoro, está bem equipada com vários opcionais, desde as rodas de liga leve, limpador e lavador traseiro até, provavelmente, com os itens de conforto como a direção hidráulica e o ar-condicionado. Vale recordar que a Caravan Diplomata só apareceu em 1985, para fazer concorrência à Quantum CD, recém-lançada.





O Opala Diplomata, lançado em 1979 (mas que só começou a ser vendido mesmo em 1980), substituiu o modelo Comodoro na posição de topo da linha Opala. A versão da foto, a sedan, era mais apropriada para um veículo de representação (e mais prático que o cupê), com quatro amplas portas e bancos individuais na frente, de encosto alto. Provavelmente o modelo da foto era equipado com o interessante motor 250 (o famoso e saudoso seis cilindros), acoplado a uma transmissão automática de três velocidades. Claro, o Landau era imbatível no quesito conforto, status e espaço interno, mas o Diplomata, como o Alfa Romeo 2300 e o Dodge Le Baron, também tinham seus predicados.





Sensação da linha 1980, o Chevette Hatch ainda atraía muitos consumidores: era prático, econômico, estável e tinha um espaço interno relativamente bom, auxiliado pela opção do rebatimento dos bancos traseiros, muito útil para ampliar o porta malas.



A Marajó ainda era uma novidade naqueles tempos; lutava no seguimento das peruas contra a Parati (lançada naquele ano, com muitos predicados), a Panorama (essa que nunca foi exatamente bem sucedida, apesar do excelente espaço interno) e a Belina (principalmente com as versões de entrada, até pelo preço). A Marajóia era muito interessante por ter a tração traseira, embora o preço de tal opção fosse caro: o espaço interno não era exemplar, o espaço pra bagaegens era inferior ao das concorrentes. Mas no quesito diversão ela empolgava a torcida: estável, ágil e com a tração traseira (sim, temos de falar muito da tração traseira, que deixa tudo mais divertido!).



O Opala Comodoro fazia o papel de intermediário na linha Opala, mas a versão fazia sucesso, especialmente no custo-benefício: tinha um acabamento muito superior à versão standard e, apesar de não tão luxuoso como o Diplomata, não fazia feio. As rodas de liga, conhecidas como "ralinho" eram opcionais muito desejados na época.


O Chevette Sedan para 1982 não apresentou muitas novidades; as maiores mudanças viriam em 1983, com a mais séria intervenção de estilo nas linhas e no interior. Mas nem por isso o modelo 1982 era assim tão ultrapassado: conservava as linhas da primeira reestilização (1978) e vendia muito bem. O acabamento da versão SL era muito caprichado.

Enfim, espero que vocês tenham aproveitado tanto quanto eu estas antigas imagens da GMB disponibilizadas para a imprensa local; muitas vezes uma imagem dessas pode ajudar numa restauração. Até a próxima!


Postagem atualizada em 24/11/2017, com as correções apontadas pelo nosso amigo leitor Xracer.


terça-feira, 17 de outubro de 2017

Um carro jovem: Ford Corcel Hobby 1980

Na minha modesta opinião, o Ford Corcel é um dos automóveis mais interessantes já feitos no Brasil. Carrinho meio soneca, não era exatamente um esportivo (nem mesmo nas versões GT), não fazia curvas de forma ágil (mercê da suspensão que balançava muito: longe de ser defeito, a moleza das molas e amortecedores assustavam um pouco os menos avisados), mas o carro compensava a falta de agilidade com muito conforto e qualidade construtiva, além da notável e apreciável robustez mecânica, em boa parte de mérito do motor com nítidas origens Renault (unidade, aliás, que nasceu muito antes da Ford pensar em comprar a Willys-Overland do Brasil, nos idos de 1968).

Já tive a oportunidade de andar em alguns Corcel e Belina II (meu cunhado teve um branco, se não me engano de 1982, equipado com um inesquecível rádio Philco equipado com auto-reverse e mastigador automático de fitas cassete), e até hoje lembro da maciez da suspensão e do conforto interno, que transformava a esburacada BR-101 de pista simples em um mar calmo e tranquilo de navegar.

Mas se engana quem pensa que o Corcel, esse carro tão tranquilão, não empolgava os jovens: à exemplo do que a Volkswagen fez ao lançar o Passat Surf (sem esquecer do que a Dodge fez ao lançar o Dodge SE e o 1800 SE, em 1972/1973), a Ford olhou para aquela rapaziada com não muita grana e disposição de ter um carro bacana e pensou: e que tal se a gente fizesse um esportivo de entrada? O resultado, lançado no começo de 1980, é o Corcel Hobby, que você vê abaixo, numa cortesia do profile Sidney68 do site Flicrk:

Um carro jovem e esportivo, conceito muito em voga nos anos 70 e 80.


Notem o volante da versão GT, as padronagens de tecido exclusivas da versão, as rodas comuns disfarçadas com sobrearos e o painel de instrumentos mais maquiado, ingredientes que tornaram um Corcel L menos sisudo e mais esportivo.
A Ford foi bastante astuta: pegou o modelo L (intermediário, entre o LDO completo e o standard) e o equipou com algumas bossas do modelo GT: volante com tendências esportivas (três aros metálicos, ao invés da versão com dois aros ou a de quatro raios, igual a do Landau, na versão LDO), sobrearos cromados (para disfarçar as rodas "caretas", já pintadas de preto); pneus radiais 185/70 de aro 13; padronagem nova dos tecidos dos bancos e do forro das portas (um xadrez meio "pied-de-poule"ou "pied-de-coq", não sei bem ao certo); além da já tradicional ausência de cromados e a presença dos logotipos adesivos exclusivos.

A ideia, assim como ocorreu na vizinha Volkswagen, agradou em cheio: o Hobby (que, por sinal, poderia ser equipado com o manso, mas econômico, motor 1,4l), continuou em produção até o ano de 1982, sofrendo modificações e perdendo um pouco a personalidade. Em 1983 a Ford trouxe a série especial "Os Campeões" para suprir a lacuna deixada pela versão mais descolada do Corcel, mas isso é papo para outra prosa...