domingo, 21 de maio de 2017

Sinais dos tempos

Em tempos idos, quando o automóvel era uma enorme novidade e as estradas não eram lá essas coisas (sim, as estradas do começo do século XX eram muito piores do que as atuais, pode ter certeza). E o mesmo ocorria com a sinalização (quando havia, é claro), naquele período ninguém ainda tinha proposto que os sinais pictóricos de trânsito deveriam ser padronizados, aí a criatividade ajudava a reforçar o perigo e chamar a atenção dos "automobilistas imprudentes".
 
Tanto era assim que os trechos mais perigosos eram advertidos com muita ênfase, como se pode tirar dessa interessante placa, instalada no começo da década de 1920, antes da temida "curva da morte", em algum lugar da antiga estrada São Paulo-Santos:
 
Esta imagem veio do excelente livro "Automóvel no Brasil: 1893-1966", de Vergniaud Calazans Gonçalves (Editôra do Automóvel: São Paulo, 1966, p. 29)
Três fatos são dignos de uma reflexão: 1º: e se o motorista fosse analfabeto, como ia saber do limite de velocidade imposto? 2º: como se fiscalizaria o excesso de velocidade (só se tivesse um cronômetro para medir a velocidade em um trecho determinado, em um cálculo que tinha de ser feito com alguma paciência). 3º desde aquela época tinha um pessoal imprudente, que acelerava demais e pensava de menos. Ou você achava que esse problema de fiscalização é coisa recente?

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Catálogo da Semana: Chevette (1979)

Já tivemos a oportunidade de conversar sobre a linha Chevette para o ano de 1979, mas esse interessantíssimo catálogo, disponibilizado pelo não menos interessante site Old Cars Manual Project, fez-me vir aqui para voltar ao assunto.
 
Mas aqui falo o que antes não comentei: para 1979 a Chevrolet tinha um rival de peso no seguimento de médios, o recém-lançado Corcel II, carro dos mais modernos e interessantes daqueles tempos. Ostentando orgulhosamente um desenho atualizado, o remoçado Corcel exibia um acabamento interno que daria inveja em muitos dos automóveis de hoje, muito bem executado e com amplas opções de acessoriamento (desde lavador dos faróis até a quinta marcha).
 
E a fábrica da gravatinha, que não costumava dormir no ponto, tratou de dar uns retoques internos no Chevette para o ano de 1979. O exterior, é bom lembrar, sofreu uma mudança na dianteira, para ficar parecido com os primos estadunidenses, especialmente o Pontiac Trans Am; por isso, o exterior não preocupava muito a fábrica.
 
Notem a opção de três cores de acabamento disponíveis, à época conhecido como "monocromático", mas que, em verdade, não era tão unicromático assim: diversos detalhes, a começar pela alavanca de câmbio, eram sempre da mesma cor. Mas, mesmo assim, dá saudade do tempo em que você poderia escolher uma cor de interior que não fosse o preto... 

As rodas "esportivas", com desenho mais elaborado (e que dispensavam as calotas), eram opcionais.
O modelo básico (primeira foto a esquuerda) não tinha console e nem tampa do porta luvas; os cintos abdominais eram comuns à linha.
 

Pode parecer pouco, mas, em 1979, poucos carros conseguiam superar a marca de 14km/l (embora, na verdade, o Chevette não ia muito além dos 12km/l, em condições normais de uso).

Esta é a versão SL, a mais luxuosa e cara do catálogo para o ano de 1979. Notem que o espelho retrovisor direito não era disponível nem como opcional (apenas os modelos GP, GPII e GP tinham).


 
Mesmo sem alterações muito profundas, o Chevette se notabilizou por manter suas boas qualidades: roustez, confiabilidade e até economia de combustível. Além de ser um carro muito gostoso de guiar, até hoje. Duvida? Pergunte para quem tem um!